segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Amantes Alados

Ao som da nossa música desperto; O coração num ritmo acelerado; Um sorriso bobo emoldurando meu rosto; Como se você estivesse aqui; Lembro-me de nós; Seus olhos de cor indefinida; À tentar decifrar-me; Seu toque aumentando minha temperatura; A intensidade do nosso beijo, como se fosse o último; O seu auto controle dominando a minha falta de controle; Meus lábios percorrendo seu corpo; E incendiando-nos; Nossas cores misturando-se; Enquanto nos amamos, sem definições e além das regras; De volta das lembranças; Encontro-me mais uma vez sozinho; Poderia pensar que tudo foi um sonho; Seria mais fácil assim; Do que aceitar que o amor nos tenha feito isso; Dois seres alados totalmente diferentes; Que não poderiam nunca.. Mas aconteceu! Seu cheiro ainda permanece em meu lençol; Como que a culpar-nos; Da janela observo o céu à procura de uma resposta; E como se você sentisse, recebo dos céus; Sorrindo aperto contra meu peito aquela pena; Uma pena imaculadamente branca.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Sua Essência, Minha Inspiração

Acendo outro cigarro; Num canto qualquer descarto mais uma página; Parece-me que horas já se passaram; E eu continuo encarando a página em branco; Vez ou outra, surgem idéias e alguns rabiscos. Desenho formas na fumaça do meu cigarro; Busco inspiração em cada pequeno detalhe; Na verdade, sei bem o que me inspira; Quando fecho os olhos ainda consigo sentir sua presença; Seu perfume em minha cama, meus lençóis, minha alma; Fácil lembrar do seu beijo, seu gosto permanece em mim. Difícil é viver a realidade; Que cruelmente me abate; Abro meus olhos e desperto de um sonho que já vivi; Encontro-me de volta à uma casa sem vida; Escura e empoeirada; Em meio a todo esse vazio que restou; Fotografias, sorrisos, momentos; Lembranças e memórias; Fantasmas do passado que atormentam; A verdade que não quero encarar; Diz que você não está mais comigo; Que se foi sem me dizer se vai voltar; Encaro novamente aquela página; Que não mais em branco está; Agora está repleta de letras; De frases, de essência e de você; Com tudo o que vivemos; E marcado com minhas lágrimas e minha saudade; Que foi apenas o que você me deixou.

domingo, 29 de julho de 2012

Confissão Apaixonada

Confesso que não consigo suportar sua falta; Quero estar sempre ao teu lado; Não mais importo-me se não me ama; Apenas deixe-me amar e meu amor suprirá; Um desejo em secreto eu faço; Que eu possa com você viver; Um dia irá perceber; Que nada somos sozinhos; Quero apenas te fazer feliz e ser feliz assim; Estar em teus braços; Meus lábios nos seus; Acariciando seus cabelos e seu rosto; Sentindo-me vivo e vibrante; Vivendo toda a emoção que me for permitida; Fazendo intenso cada minuto; Como se fosse o último; Sabendo que um dia, seguiremos nossos caminhos; De mãos dadas ou lado a lado; Não importando se como amor ou como amigos; Com a certeza única; De que seremos sempre corpo e alma, almas gêmeas; Amores, amigos e anjos; Sendo, Eu pra ti e Tu para mim.

terça-feira, 24 de julho de 2012

Destinado

Uma dor excruciante despertou-me da escuridão; A cabeça ainda latejando; Com muito esforço tento me recompor e começo a lembrar; Percebo que poderia ter sido diferente; Olho ao redor, mas não conheço este lugar; Procuro por você, já sabendo que não irei encontrar; A dor que tanto me aflige; É uma dor interna, dor na alma; Já que coração não mais possuo; Havia aprendido a viver só, até você aparecer; Fez-me acreditar que era o fim da solidão; Que eu era importante para você; Sorriu para mim e te entreguei meu coração; Senti-me especial, acreditei que poderia ser feliz; Mesmo sabendo que a felicidade me foi proibida ao nascer; De pouco a pouco, fui permitindo-me mudar; Deixei minhas cascas, tirei minhas máscaras; Minha alma deixei-te tocar; Esperei por teu toque, mas ele não veio; Ao invés disso, vi você se afastar; Levando consigo meu coração; Talvez o que fiz não tenha sido suficiente; Pensei em correr até você, pedir para não ir; Mas sabia que não seria possível; A felicidade mais uma vez me foi negada; Vesti minhas cascas, repus minhas máscaras; Limpei minhas asas e cicatrizei as feridas da minha alma; E assim retornei ao que fui destinado; Como anjo renegado, incapaz de ser feliz; Garantir aos outros o que não posso ter; Felicidade e Amor.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Verdades Sombrias

Livrei-me de tudo o que você mais gostava em mim; Permití-me radicalizar; Deixei para trás uma alma copletamente pura e cristalina; Experimentei sentimentos a mim proibidos; Perdí a grande ingenuidade. Um dia em mim existiram asas brancas; Hoje existe apenas a lembrança daquelas; Uma única pena, imaculada e protegida em segredo escondo; Lembrança das asas que de mim foram cruelmente arrancadas; Aquelas asas que me possibilitaram os mais altos vôos; E os mais belos sonhos. Também foram tirados as minhas madeixas angelicais; No chão ao meu redor; Penas, sangue, madeixas e lágrimas; Formaram um tapete; Penas brancas manchadas de sangue e lágrimas; Representavam a transformação da alma. Alma essa que sangrava intensamente; A cada nova transformação; A dor foi o preço da mudança; Chorei ao arrancarem minhas asas; Pena por pena; E ao cortarem meus cabelos; Mas no fim rendí-me ao gosto amargo da dor. Aceitei a transformação; Cuidei do meu corpo, limpei as feridas; Despedí-me de um anjo que eu já não seria mais. Recolhí-me em cantos sombrios e da solidão tornei-me íntimo; Na escuridão noturna me recriei; Da dor e do frio me alimentei; Aos poucos vi um novo menino crescer; Ví belas asas negras surgirem pouco a pouco; E percebí que um novo anjo nascia em mim. Uma nova força; Não mais ingênuo como antes; Nem tão perverso quanto poderia; Entre o bem e o mal; Dominador de um conhecimento próprio; Baseado nas próprias experiências; Primogênito de uma nova geração; Um anjo recém criado.